Com a nomeação de Antônio Martins Villas há mais de seis décadas, André Mendonça não é o primeiro evangélico do STF

Foto: Reprodução e Edilson Rodrigues/Agência Senado

Mesmo ter sido indicado ao STF (Tribunal de Justiça Federal) no dia 1° de dezembro, André Mendonça não foi o primeiro evangélico a ocupar o cargo.

Embora a narrativa vitoriosa sustente que o pastor presbiteriano, indicado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, seja o primeiro evangélico no STF, o marco foi alcançado há mais de seis décadas, com a nomeação de Antônio Martins Villas Boas, entre os anos de 1896 e 1987.

De acordo com as informações, a chegada do diácono da Primeira Igreja Batista de Belo Horizonte, em Minas Gerais, ao mais alto tribunal do país, se destacou na capa da publicação, O Jornal Batista, de 21 de fevereiro de 1957.

Sob a foto do novo ministro, uma legenda elogiava o aquele que, “como se sabe, é um crente fiel em Jesus Cristo”.

Parabéns não só ao ministro Villas Boas, mas indiretamente, nós evangélicos, pela honra que nos é devida”, anunciava a edição. “A menos que eu esteja enganado, esta é a primeira vez que tal honra é concedida a um cristão evangélico”.

Nesta semana, dois batistas vão lançar um artigo para desmontar a versão de que Mendonça é um pioneiro nesse sentido. Coordenadores da Frente Evangélica pelo Estado de Direito, de a ala progressiva minoritária no segmento, o pastor Ariovaldo Ramos e a crente Nilza Valéria Zacarias assinam o texto crítico da chegada de Mendonça ao cargo.

Só para constar – vamos continuar gritando que chegamos mais cedo. Chegamos republicanamente, e bem. Quem chegou depois, dizendo que chegou antes, chegou usurpando um lugar na história. Que coisa feia para aqueles que se dizem cristãos“, afirmam no material.

Villas Boas recebeu uma cadeira no STF por indicação do ex-Presidente da República, Juscelino Kubitschek.

Trajetória

Nomeado ministro do Supremo Tribunal Federal, o desembargador Antonio Martins Vilas Boas, do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, nasceu em Guiricema, no município integrante da Comarca de Visconde do Rio Branco/MG, a 15 de novembro de 1896.

Ele freqüentou a escola primária, pública e particular, na sua terra natal e começou o curso no Ginásio São José, instalado na Fazenda da Boa Esperança, nas proximidades da cidade de Ubá/MG, notável empreendimento do provecto educador Doutor José Januário Carneiro, “Doutor Feca“, Catedrático da tradicional Escola de Minas, de Ouro Preto e completou os preparatórios em Belo Horizonte, matriculando-se na Faculdade Livre de Direito de Minas Gerais.

Começou a sua vida profissional na cidade de Visconde do Rio Branco e se aposentou em 1966. O magistrado faleceu no dia 10 de novembro de 1987, em Brasília/DF e o seu corpo foi sepultado no Cemitério Campo da Esperança.

Em 1988, meses após a morte de Antônio Martins Villas, foi realizada uma sessão onde ele recebeu homenagem póstuma do Supremo Tribunal Federal (STF).

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Por José Souza

Baiano, José Souza é um Jornalista. Atuou como freelancer para diversos sites conhecidos. Hoje, é colaborador do Diário Gospel. (Registro Profissional-5171/BA). E-mail: jjsouza_19@hotmail.com

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